sábado, 12 de junho de 2010

Vidas Passadas , tão presentes.


Quando se ouve falar em passado, automaticamente abre-se uma espécie de tela mental e como num vídeo tudo está de volta, recorremos a memória e pronto, "lá estamos" como num passe de mágica e quantas vezes desejarmos, revivendo sentimentos e emoções que muita das vezes nos tiram do nosso presente por vezes tão sem gosto. Basta acionar o controle remoto, avança, retrocede, pausa... Queremos voltar, vemos o filme várias vezes. E a vida? Lá fora.
Temos, também, os momentos do passado sofridos, lágrimas, grandes ou pequenas tragédias que preferimos nos livrar não queremos mais assistir ao filme e desligamos. Ufa!!!
Mas existem momentos em que o controle remoto não nos obedece, parece enlouquecido, totalmente fora de controle, e cadê o comando DELETAR? Não existe...E tudo nos volta a cabeça como um filme onde somos figurantes ou protagonístas. Viramos reféns da nossa memória. Estamos prisioneiros em algum momento do passado... Atados por amor, por ódio, medo, raiva, abandono, mágoa, rancor, decepção... Muitas vezes achamos que tudo está resolvido e ponto final, mas quando menos esperamos lá estamos nós, revivendo exatamente as mesmas situações, mesmo que com outras pessoas, nosso drama pessoal volta, repetimos as mesmas situações, repetimos os mesmos padrões.
É verdade que, bem lá no fundo alguém nos sussurra: Já vi este filme! Mas não estamos nem aí e se alguém ousar tentar nos abrir os olhos, é briga na certa. E como reféns de um imenso controle remoto, que passa a nos comanda. Vamos sendo jogados para trás, para frente, pausados ou colocados em slow motion. Deixamos de ser donos de nossas vidas.
É carma? Sina? Encosto? Trabalho feito? Não. Tudo isso acontece simplesmente por que ainda não aprendemos o que já deveríamos ter aprendido. Aqueles momentos nos traziam ensinamentos, e quando o aluno não aprende repete o ano, e na vida repetimos as experiências. Enquanto teimamos em fazer de maneira "errada", vai dar "errado". É como num problema matemático, uma simples troca de sinais, um a mais ou um a menos compromete o resultado.
"Vidas passadas" seriam estas questões não resolvidas ou mal resolvidas, que persistem em serem reprisadas, estão no aqui e agora. Afinal não vamos a lugar algum, tudo que nos pertence, inclusive estruturas que desconhecemos que existam, que façam parte de nossa bagagem, estão aqui e agora conosco e não importa se acreditamos ou não na existência de tais estruturas. Quando negamos algo, isso não o invalida e não o afeta. Afinal não temos razão pra nos defender daquilo que nos pertence. Durante nossa tragetória existencial pegamos muita coisa pelo caminho e trouxemos para o aqui e agora.
Na terapia de vidas passadas, tais estruturas se revelam ganhando vestes, nos fazendo reviver momentos e sensações. Alguns vêem e sentem, são protagonistas ou coadjuvantes de um momento numa determinada história, em primeira ou em terceira pessoa, outros sentem, outros intuem...Cada pessoa possui o seu mecanismo próprio, sua linguagem, suas necessidades, seus caminhos, que devem ser respeitados. Devemos ser pacientes conosco, respeitando nosso processo, não os comparando com o processo de outra pessoa, ou querendo resultados instantâneos. Deveremos nos dar um tempo para que nossas feridas cicatrizem, aos pouco nos recuperamos. Ficamos livres das dores e das impossibilidades que tanto nos incomodavam em nossas vidas. Estaremos do nosso lado escolhendo somente o que não nos machuca, não nos agride, que nos afaste de nossa verdadeira natureza. Somos semelhantes e não iguais, não devemos ser como os outros são. Aquilo que serve para o outro não necessariamente me serve e vice-versa.
A TVP nos possibilita um remake, repassar as lições, dar um outro sentido pra nossa história, a possibilidade de reescrevermos nossos papéis, o que escolhemos viver e o motivo pelo qual tomamos tal decisão. É um momento nosso, um momento que dedicamos a nos ouvir, acalentar, sentir, aceitar, perdoar e reconhecer que tudo o que fizemos, fizemos por ainda sermos aprendizes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário