sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

VOZES DA ALMA


Es teu passado presente,
vozes que habitam o porão do inconsciente
em que mergulhas
sem mesmo saber.
Que emergem das profundezas de tua alma,
sentido,
vivido,
lembranças que permeiam teu ser.
Porém nada obscuros,
na medida que comtemplas
e seguro abraças
os tempos vividos,
ternos
ou sofrido,
imagens recordas...
eis que fazem parte de ti,
do teu universo
sentir.

Marta Bernardo

VELEIRO


Onde quer que estejas
Não importa
é apenas o ponto de partida
Esta viagem nas experiências em ti
Tal qual um veleiro
Ao sabor do vento, vá
Deixa-te levar
Confia ...
No sopro da vida
Nas velas da Alma
Veleiro que és
Transforma
Tormentas em bonanzas
Segue na segurança
Reflete
Nas águas da vida
o sol
Que brilha em ti


Marta Bernardo

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

AS VESTES QUE VESTES


Olha pra ti,
sinta-se.
O que vestes?
Vestes as vestes da criança
que vestida de filho
embala a infância
e que de tão pequenas não te permitem crescer?
Vestes as vestes da adolescência
até do escudo do medo,
tantos segredos,
que não te permitem seguir?
Vestes as vestes dos rótulos
que mascaram teu ser
teus olhos vendam pra ti?
Olha-te agora!
Despes as vestes
dos nós na garganta
que fecham o teu peito
e percebe
os anseios da alma desnuda,
pura
de luz absurda.
Vestes as vestes da alma,
as vestes de si
teu corpo acalma
e te fazem sentir


Marta Bernardo

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O FIO DA TUA EXISTÊNCIA

Pegue este grande novelo que está nas tuas mãos. Examíne-o. Como o vê? Como o sente? Que cheiros te lembra? Que sabores? Sinta-o.
Desenrole-o. O quão macio? O quão áspero? Partes que são agradáveis ao toque, outras nem tanto e outras ainda tão difíceis de serem sentidas. É exatamente aí, consegues sentir? Um pequeno nó, mais um aqui, outro mais adiante,uns mais próximos, outros mais distantes, uns tão presentes, tão perceptíveis, e outros quase imperseptíveis. Pare, observe-o, sinta-o. Em que momento estes foram tecidos? Como?
E agora? O que pretendes fazer com este novelo, que é teu, só teu? Usastes o que encontrastes pelo caminho. Não tens nem idéia do tempo que levastes para tecê-lo, nunca parastes se quer para olhá-lo e assim vê-lo infinito, contando tudo, absolutamente tudo a teu respeito.
Como bom tecelão, observa o que tecestes, trabalha os nós, escolha melhor o material. Este novelo irá te acompanhar, onde quer que tu te encontres, onde quer que tu vás, onde quer que tu te escondas. Tu o conheces como ninguém, tu o tecestes. ESTE É O FIO DA TUA EXISTÊNCIA.


Marta Bernardo