sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O FIO DA TUA EXISTÊNCIA

Pegue este grande novelo que está nas tuas mãos. Examíne-o. Como o vê? Como o sente? Que cheiros te lembra? Que sabores? Sinta-o.
Desenrole-o. O quão macio? O quão áspero? Partes que são agradáveis ao toque, outras nem tanto e outras ainda tão difíceis de serem sentidas. É exatamente aí, consegues sentir? Um pequeno nó, mais um aqui, outro mais adiante,uns mais próximos, outros mais distantes, uns tão presentes, tão perceptíveis, e outros quase imperseptíveis. Pare, observe-o, sinta-o. Em que momento estes foram tecidos? Como?
E agora? O que pretendes fazer com este novelo, que é teu, só teu? Usastes o que encontrastes pelo caminho. Não tens nem idéia do tempo que levastes para tecê-lo, nunca parastes se quer para olhá-lo e assim vê-lo infinito, contando tudo, absolutamente tudo a teu respeito.
Como bom tecelão, observa o que tecestes, trabalha os nós, escolha melhor o material. Este novelo irá te acompanhar, onde quer que tu te encontres, onde quer que tu vás, onde quer que tu te escondas. Tu o conheces como ninguém, tu o tecestes. ESTE É O FIO DA TUA EXISTÊNCIA.


Marta Bernardo

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